Extinção de condomínio: entenda como funciona o fim da copropriedade de um bem

2025-10-27

6 MIN. DE LEITURA

Compreender os direitos na extinção do condomínio é de suma importância para todos os envolvidos nesse processo. O procedimento pode envolver a divisão de um patrimônio significativo, e é essencial conhecer os direitos e obrigações para garantir um desfecho justo e equitativo.

Neste post, vamos explicar como funciona o fim da copropriedade de um bem e quais medidas você pode adotar. Vale a pena continuar a leitura!

O que é extinção de condomínio?

A extinção de condomínio acontece quando dois ou mais proprietários colocam fim à comunhão sobre um imóvel. Ou seja, o bem deixa de ser compartilhado e passa a ter um único dono, ou então é vendido, com a partilha do valor entre os coproprietários. 

Esse tipo de processo é comum em casos de divórcio, herança, dissolução de sociedade ou simplesmente quando não há mais interesse em manter o imóvel em conjunto. O mais importante é que essa decisão muda a forma como a propriedade é administrada, com reflexos diretos sobre o direito de uso, posse e venda do bem.

Como funciona a extinção de condomínio?

A extinção de condomínio geralmente requer o consentimento de todos os proprietários envolvidos ou pode ser realizado por meio de um processo judicial, caso haja desacordo entre as partes.

Após a extinção, cada proprietário se torna o único dono de sua parte individual da propriedade ou em caso de impossibilidade de divisão do bem ele deve ser vendido ou leiloado para que o valor seja dividido entre todos os proprietários.

Os coproprietários devem observar o direito de preferência dos demais na hora da venda, caso haja intenção de vender sua parte, conforme art. 1.322 do Código Civil.

Como funciona a extinção de condomínio entre herdeiros?

Quando uma pessoa falece e deixa um imóvel como parte da herança, ele passa a pertencer aos herdeiros em conjunto. Essa situação cria um condomínio, mesmo que temporário.

A extinção só acontece quando essa comunhão chega ao fim, por meio de uma partilha formal.

Se todos os herdeiros estiverem de acordo, é possível resolver isso diretamente em cartório. No entanto, basta um único desacordo para que seja necessário recorrer à Justiça.

Quais são os tipos de extinção de condomínio?

Os tipos de extinção de condomínio são a judicial e a extrajudicial. Separamos detalhadamente cada um deles para que você entenda melhor.

Extinção de condomínio judicial

A extinção de condomínio judicial ocorre quando os condôminos não conseguem entrar em um consenso para encerrar a comunhão existente sobre um imóvel. Nesse caso, é necessário recorrer ao Poder Judiciário para resolver a questão e determinar a divisão do bem de forma justa e equitativa.

Extinção de condomínio extrajudicial

Nesse caso, a extinção ocorre quando todos os coproprietários concordam em encerrar o condomínio e realizar a divisão da propriedade. Pode acontecer por diversos motivos, como acordo entre os coproprietários, falta de interesse em manter a propriedade compartilhada, entre outros.

Quem pode solicitar a extinção de condomínio?

A extinção de condomínio pode ser solicitada por qualquer um dos coproprietários, mesmo que os demais não estejam de acordo. Isso significa que o desejo de encerrar a comunhão sobre o imóvel não precisa ser coletivo. Basta que um dos condôminos manifeste a vontade de dissolver o vínculo para dar início ao processo. 

Em situações amigáveis, tudo pode ser feito por escritura pública. Mas, se houver impasse entre os donos, cabe ao juiz analisar o contexto, ouvir os envolvidos e decidir qual é a maneira mais justa de resolver o impasse. O objetivo sempre será garantir uma solução legal e equilibrada.

Qual documento comprova a extinção de condomínio? 

O documento que formaliza a extinção do condomínio é a escritura pública de extinção de condomínio. Esse registro oficializa o fim da copropriedade sobre o imóvel e garante segurança jurídica aos envolvidos.

Nesse momento, é necessário apresentar uma série de documentos obrigatórios. O primeiro deles é a certidão de matrícula atualizada do imóvel, que comprova a situação atual do bem. 

Os documentos pessoais de todos os coproprietários também devem ser apresentados, como RG, CPF e, no caso de pessoas casadas, a certidão de casamento. Quando um dos condôminos for pessoa jurídica, é preciso incluir o contrato social ou estatuto e o comprovante de representação legal.

Outro item essencial é a certidão negativa de ônus reais e ações, que mostra se o imóvel está livre de pendências judiciais ou financeiras. Além disso, é preciso comprovar que todos os tributos estão quitados, como IPTU e taxas condominiais, por meio dos respectivos comprovantes de pagamento ou certidões negativas de débitos.

Em imóveis urbanos, pode ser exigido o habite-se, e em imóveis rurais, a apresentação do CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural) e da certidão do ITR (Imposto Territorial Rural). 

Como deve ser feita a extinção de condomínio?

Se for por acordo, todos os condôminos precisam concordar com a extinção do condomínio e com as condições de divisão do imóvel. Deve-se contratar um advogado que preste assessoria jurídica ou tabelião de notas para elaborar uma escritura de imóvel (pública).

O documento deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis competente. O registro é necessário para que a divisão do imóvel seja reconhecida perante terceiros e produza efeitos legais.

Se for judicial, o processo será conduzido perante o juiz competente. As partes apresentarão suas alegações e provas, e o juiz analisará o caso para tomar uma decisão.

Assim, o magistrado poderá determinar a venda do imóvel e a distribuição do valor obtido entre os condôminos. Ou, ainda, estabelecer outras formas de divisão do bem, considerando o valor e a natureza das partes de cada condômino.

Como fica a partilha de bens com a extinção de condomínio?

A seguir estão algumas opções comuns de partilha.

Divisão Física

Nesse caso, o imóvel é dividido em partes físicas distintas, geralmente correspondendo a cada uma das frações ideais de cada condômino. Cada parte é atribuída a um condômino específico, que se tornará o único proprietário daquela parte do bem.

Venda/Leilão do Imóvel

O imóvel pode ser vendido ou levado à hasta pública (leilão) e o valor obtido é dividido entre os condôminos de acordo com suas respectivas frações ideais. A divisão do valor pode ser proporcional às frações, ou em outra proporção estabelecida em acordo, ou determinada judicialmente.

Permuta

Os condôminos podem optar por realizar uma permuta, trocando suas partes no imóvel por outras propriedades ou bens de valor equivalente.

Ou seja, conhecer os direitos na extinção de condomínio é fundamental para proteger os seus interesses como condômino. Significa assegurar a conformidade legal e alcançar um resultado equilibrado durante o processo de partilha do imóvel.

Quer ter certeza de que tudo será feito corretamente? Então, entre em contato conosco e conte com uma assessoria jurídica especializada.

Resumindo

Quais são as formas de extinção do condomínio?

A extinção pode ser feita por acordo entre os condôminos, em cartório, ou por decisão judicial, quando há conflitos ou impossibilidade de partilha amigável.

Quais são os requisitos para a extinção de um condomínio?

É preciso comprovar a copropriedade, ter um documento formal de divisão e, no caso extrajudicial, o consentimento de todos e a escritura registrada em cartório.

Créditos da imagem: Freepik

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